Em 1896, o Visconde de Vilarinho de São Romão, refere a Quinta do Monte Travesso, na sua obra Viticultura e Vinicultura – Traz os Montes – Alto Douro Central, nos seguintes termos: “… possue esta freguesia [referindo-se a Tabuaço] algumas quintas notáveis, entre as quaes citaremos a de Monte Travesso, em grande parte reconstituída por americanas…” (in pág. 470). Com base nesta referência histórica, esse ano ficou associado à sua origem – QUINTA DO MONTE TRAVESSO – ESTD. 1896
A Quinta está na posse da mesma família desde a altura em que Artur de Magalhães Pinto Ribeiro a comprou. Posteriormente ofereceu-a à sua filha Margarida do Carmo por altura do seu casamento. (Margarida do Carmo era filha de Emília da Conceição Ermida – uma linda senhora de olhos azuis e do referido Artur de Magalhães Pinto Ribeiro, que nasceu em Travanca de Armamar a 8 de Janeiro de 1870; aos 22 anos formou-se em medicina e foi Médico da Marinha; foi também um dos fundadores da Casa do Douro – “Paladinos do Douro” – sendo o seu primeiro Presidente.)
Margarida do Carmo, casou com Manuel de Nápoles Afonso de Carvalho, filho de António Afonso de Carvalho – Capitão de Mar e Guerra (farda e espólio expostos no corredor principal da casa) e de Judith de Barros Caupers de Sousa Nápoles – uma apaixonada pelo Douro e a matriarca da Família NÁPOLES, cujas armas são ostentadas no logotipo da Quinta e a quem lhe é prestada homenagem com o vinho tinto topo de gama da casa, produzido em quantidades limitadas e apenas em anos excecionais: Quinta do Monte Travesso – “JUDITH”
Posteriormente José Emanuel, o filho mais velho do casal, deu seguimento ao legado e fez várias benfeitorias. Após a divisão da propriedade, classificou a sua parte em Diário da República, com reconhecimento do IPPAR, como Quinta do Monte Travesso Imóvel de Interesse Municipal – pelo espólio da casa em conjunto com as características do imóvel – Casa, Capela, Armazéns de Vinhos e Vinhas envolventes. A Quinta passou também a ter a sua marca registada e em paralelo à produção de uvas para Vinho do Porto inicia o processo de produção e comercialização de Vinho DOC DOURO e Azeite, com a sua própria marca.
Atualmente, Bernardo Maria, é o responsável por toda a produção de vinhos e azeite e também pela abertura das portas ao Enoturismo (prémio BEST OF WINE TOURISM 2019 – Enoturismo Sustentável), dando assim a conhecer a Quinta, a sua História e os seus Vinhos. Por vezes, na visita à Quinta, é possível encontrar os filhos do produtor (Bernardo e Constança) que constituem já a 5ª GERAÇÃO desta família desde sempre ligada ao Douro.